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Karl Gerstner

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Karl Gerstner nasceu em 1930 na cidade de Basel (Basileia, Suíça). O seu sonho era ser químico, mas os seus pais não tinham dinheiro para pagar uma formação nessa área. Muda os seus interesses e começa a ter mais atenção para a Arte.

Gerstner estudou na Allgemeine Gewerbschule em Basel, tendo aulas com Emil Ruder. De seguida foi aprendiz no atelier de publicidade de Fritz Bühler. Nesse atelier o seu supervisor foi Max Schmid, que transitou para chefe do Departamento de Design da empresa farmacêutica Geigy, onde nessa altura o novo estilo de design gráfico suíço foi praticado como o estilo da própria empresa.

Durante o seu inicio de percurso, Gerstner teve dos melhores professores e dos mais inspiradores e proveitosos contactos. Visitou Cassandre em Paris, conheceu Tschichold em Basileia.

Como membro mais novo da associação Werkbund, conheceu Max Bill e Alfred Roth, o arquitecto que editou a revista mensal Werk. Perante este contacto com o editor da revista Werk, Gerstner pressionou esse para publicar mais artigos sobre o Design gráfico suíço. Roth cedeu a essa pressão e permitiu a Gerstner escrever e fazer o Design editorial de um artigo na revista Werk.

O artigo saiu na edição de Novembro de 1955 e foi um ponto de viragem para o Design gráfico suíço. Demonstrando visualmente e com uma descrição o seu pensamento como artista. Este pensamento advêm da sua origem como artista plástico da “Concrete Art” que proporcionou a Gerstner levar os métodos matemáticos de organização espacial directamente para o seu trabalho de Design gráfico.

Gerstner analisou a construção de quadros dos seus colegas no seu livro Kalte Kunst? em 1957. Praticamente no formato de quadrado, Kalte Kunst? simbolizava o quadrado como tinha sido usado na década de 1920 e o seu reaparecimento na Concrete Art.

Ao estabelecer uma ligação com a vanguarda através do formato do livro, Gerstner elege como a obra-chave uma pintura quadrada de Van Doesburg a “Arithmetical Composition” pintada em 1930. Quadrados foram também a base das duas pinturas de Max Bill analisadas por Gerstner.

A temática das duas pinturas de Max Bill são as crescentes relações numéricas, isto é, cada imagem é a expressão de uma ideia simples matemática. A base dessas pinturas numa ideia simples matemática é a origem do conceito de Gerstner de "Programme" como uma ferramenta para gerar uma sequência de soluções de design.

O quadrado gerou a grelha que ele criou em 1957 para o romance experimental de Markus Kutter Schiff nach Europa.

Schiff nach Europa, Markus Kutter. Neste livro, a variedade de larguras de colunas e de tamanhos de tipo, ainda dentro das possibilidades da Tipografia de metal, são usados para expressar a mudança de estilo de escrita e a forma de como as personagens falam. A linguagem tipográfica de Gerstner varia dramaticamente, mas mesmo assim é coerente com a grelha rigorosamente imposta, mas ao mesmo tempo flexível na sua utilização.

Programme

As teorias de Karl Gerstner sobre "Programme" eram inseparáveis da sua prática comercial. Fez o design editorial de Schiff nach Europa para um público intelectual, mas também estava determinado em alcançar um público mais amplo.

Em 1958, a empresa multinacional Geigy comemorou o 200º aniversário com dois livros, um sobre a história da empresa e o outro sobre a empresa nessa altura: Geigy Heute. Ambos foram concebidos por Gerstner e editados pelo director de publicidade da empresa, Markus Kutter.

Geigy Heute não exemplificou apenas o novo design de livros suíço, formato quadrado, headings e tipo de letra sem-serifa com texto nao-justificado, o livro também estabeleceu novos padrões de Design de informação/Infografia nos seus gráficos estatísticos, diagramas de estruturas de gestão e organização de serviços.

Design editorial para a revista Capital

GGK (Gerstner, Gredinger + Kutter)

Em 1959, Gerstner fez parceria com Markus Kutter e Paul Gredinger para fundar a GGK (Gerstner, Gredinger + Kutter). Os trabalhos feitos pela parceria para empresas de Basileia, grandes e pequenos, era sempre na forma de "programme", desde do logótipo, passando pela publicidade até aos folhetos e brochuras.

Os clientes ficaram habituados a esperar sempre algo de especial dos trabalhos deles. Esses clientes eram recompensados com profissionalismo, não só nas ideias publicitárias, nas habilidades para realizá-los com a fotografia perfeita e a Tipografia elegante, mas também na organização meticulosa de informações sobre o produto.

O design de catálogos elaborados para a empresa Holzäpfel de mobiliário de escritório, por exemplo, definiu novas normas de clareza e elegância, o equilíbrio entre a função e o formalismo. No ano 1964, Gerstner reuniu as suas visões críticas sobre as suas actividades como designer, consultor de publicidade, tipógrafo e artista no livro Programme Entwerfen.

O seu conceito de programa estende-se para além das ideias modulares, uma parte essencial do racionalismo que forneceu uma estrutura para permutações, que Gerstner investigou exaustivamente durante vários anos.

A complexidade assustadora dos programas tipográficos de Gerstner, por causa do pequeno tamanho das suas unidades modulares básicas, ao invés de agir como uma limitação sobre o designer, forneceu uma liberdade paradoxal. O conceito central de "programmes" era uma repetição e desenvolvimento de unidades fixas.

O programa também estava implícito nas suas peças de uma campanha publicitária, como Gerstner havia insinuado na sua edição especial da Werk em 1955. Ele via os programas como soluções para resolver problemas de Design. Foi a base de cada trabalho que realizou, e o seu envolvimento com a publicidade aumentou o seu interesse na comunicação que transmitia em cada trabalho. Desta forma, o trabalho desenvolvido por Gerstner foi-se progressivamente afastando dos estereótipos.

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Serigrafias de KG

Links externos

Swiss National Library — The Karl Gerstner design archive

http://www.thegridsystem.org/tags/karl-gerstner/

Bibliografia
kg

Karl Gerstner. The Forms of Colour - 1986 MIT Press Cover shows "Colour Form Continuum Green Conversion, in Blue" by Karl Gertsner.

Karl Gerstner. Kompendium für Alphabeten. 1972. Verlag Niggli AG.

Gerstner, K. (1968). Designing programmes; four essays and an introduction. Introd. by Paul Gredinger. english version by D. Q. Stephenson (New enl ed.). Teufen AR, Switzerland: A. Niggli. Gerstner, K., & Kröplien, M. (Eds.). (2001).

Karl Gerstner : Review of 5 x 10 years of graphic design etc. (English ed.). Ostfildern-Ruit, Germany: Hatje Cantz. Hollis, R. (2002). The designer as programmer: Review of 5x10 years of graphic design.

Hollis, R. (2006). Swiss graphic design : The origins and growth of an international style, 1920-1965. New Haven: Yale University Press.

Lupton, E., & Cole Phillips, J. (2008). Graphic design: The new basics (1st ed.). New York, NY: Princeton Architectural Press.

Müller-Brockmann, J., & Müller, L. (Eds.). (2000). Josef Müller-Brockmann: Pioneer of swiss graphic design (2nd ed.). Baden: Lars Müller Publishers.

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