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Swiss Graphic Style (1950–1980)
Estilo Internacional

Os representantes e protagonistas, na vertente do Design gráfico

Helvetica, a fonte suíça

Com o sucesso da tipografia e do design gráfico suíço do pós-guerra gerou-se um amplo movimento, conhecido como Escola Suíça - ou Estilo Internacional - , corrente determinante da estética e do «bom gosto» dos anos 50 e 60.

O extensivo uso de grelhas (grid systems, Rastersysteme) como sistema de ordenação e organização do espaço foi a expressão de uma atitude que mostra que o designer concebe o seu trabalho em termos que são racionais, construtivos e orientados para o futuro.

O trabalho do designer deveria possuir uma qualidade claramente inteligível, objectiva, funcional e estética, do pensamento matemático.

O seu trabalho deveria ser um contributo para a cultura geral, passando a formar parte dela. O design « objectivo», comprometido com o bem comum, bem composto e refinado, constitui — em teoria — a base de um comportamento democrático.

O trabalho feito sistematicamente e de acordo com princípios formais rigorosos estabelece exigências de rectidão, inteligibilidade e do conjunto de todos os factores que são igualmente vitais na vida sócio-politica.

Trabalhar com o sistema de grelhas significa submeter-se a leis de validez universal. O uso de grelhas implica:

  • O desejo de sistematizar e clarificar
  • O desejo de chegar ao essencial, de concentrar
  • O desejo de cultivar a objectividade e racionalidade em vez da subjectividade
  • A racionalização dos processos criativos e das técnicas de produção
  • O desejo de conseguir domínio arquitectural sob a superfície e o espaço
  • Cada trabalho visual criativo é uma manifestação do carácter do designer, é um reflexo do seu conhecimento, habilidade e mentalidade.

Adrian Frutiger, que foi, junto com os suíços Max Bill, Josef Müller-Brockmann e Emil Ruder, um dos protagonistas essenciais deste estilo, escreveu sobre a génese desta corrente:

«A guerra de 1939-1945 paralisou qualquer impulso criativo na Europa. Na Suíça, um dos poucos países não afectados pelos cinco anos de guerra, o impulso seguiu o seu curso.
Nas Kunstgewerbeschulen (Escolas de Artes Aplicadas) de Basel e Zurique desenvolveu-se uma intensa investigação. O Construtivismo foi rechaçado energeticamente. Emil Ruder criou um novo conceito tipográfico. Steiner em Zurique e Hofmann em Basel foram os iniciadores de uma nova direcção no desenho gráfico. Eidenbenz, Falle, Piatti, Piali e outros foram os pioneiros de uma nova arte do cartaz.»
(Frutiger, À bâtons rompus, 2001).

Vinte anos depois da Bauhaus ter cerrado as portas, os Suíços viriam a ser os verdadeiros executores da neue typographie, que se obtinha utilizando exclusivamente tipos sem serifas, fotografia, composição assimétrica, contrastes de tamanhos e posições dos elementos gráficos, sempre estruturados por um Gitterraster, uma grelha auxiliar.

Univers

Seguindo os lemas de Jan Tschichold, os designers suíços iriam requerer em uníssono a adesão total à neutralidade emocional do designer, que deveria resistir a todo custo à tentação da autoexpressão, para preservar o propósito funcional, evitando a subjectividade, os ruídos ornamentais e qualquer superficialidade estética...

Ligações externas

Swiss Legacy, by the initiative of Xavier Encinas, is a collaborative blog focused on typography, swiss graphic design and grid. www.swisslegacy.com

Página actualizada em 4.2013.

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