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A mais bem informada e completa colecção de documentos sobre design alemão.

Deutscher Werkbund (1907—)

Associação de artistas, artesãos e publicitários, fundada em Munique. O seu objectivo era melhorar o trabalho profissional mediante a educação e a propaganda — e através da acção conjunta da arte, da indústria e do artesanato.

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A ascendência mais próxima da Bauhaus está no Deutscher Werkbund, um agrupamento de vontades fundado em 1907 para incentivar as relações entre os artistas, os artesãos qualificados e a Indústria.

A «Vereinigung von Künstlern, Architekten, Unternehmern und Sachverständigen» teve como sócios fundadores 12 empresas e 12 pessoas — Peter Behrens, Theodor Fischer, Josef Hoffmann, Wilhelm Kreis, Max Laeuger, Adelbert Niemeyer, Joseph Maria Olbrich, Bruno Paul, Richard Riemerschmid, Jakob Julius Scharvogel, Paul Schultze-Naumburg e Fritz Schumacher.

Embora as suas raízes estivessem no movimento Arts & Crafts, ao contrario deste não buscava um retorno nostálgico ao artesanato medieval, o ideal de William Morris, mas uma reconciliação e união entre a arte e a indústria.

Este movimento teve na figura de Hermann Muthesius (1861 – 1927) um dos grandes incentivadores, o qual considerava que apenas os objectos feitos pela máquina eram «produzidos de acordo com a natureza económica da época».

Muthesius sugeriu que se buscasse nas construções das novas estações ferroviárias, salões de exposição, pontes, as possibilidades desse novo estilo, sem decoração exterior e com formas vocacionadas para os fins a que se destinavam.

No Werkbund manifestaram-se duas correntes dominantes daquela época:

  • a padronização industrial e a tipificação dos produtos
  • e, por outro lado, a busca da individualidade artística.

Outras associações deste mesmo tipo foram fundadas na Áustria, na Suíça, na Suécia, e na Inglaterra.

Os principais protagonistas do Werkbund são:

Fritz Schumacher, no seu discurso de inauguração do Deutscher Werkbund, afirmou:

Quando a arte se envolve directamente com o trabalho de um povo, as consequências não são apenas de natureza estética. Não se trabalhará apenas para o indivíduo sensível, a quem a desarmonia externa incomoda; as acções devem superar o círculo de apreciadores de arte e objectivar em primeiro lugar os criadores e os operários que produzem a obra.

Quando a arte tem lugar no seu trabalho, a consciência eleva-se e, com ela, a produtividade. A alegria no trabalho precisa ser recuperada e isso é tão importante quanto a melhoria da qualidade. Portanto, a arte não é apenas uma força estética, mas também uma força moral — e ambas convergem em última instância para a mais importante das forças, que é o poder económico.

Assim, o seu corpo fundador era composto por um dúzia de designers, incluindo Riemerschmid, Bruno Paul, Peter Behrens e Josef Maria Olbrich, e uma dúzia de manufacturas, incluindo a Peter Bruckmann & Sohne e a Poeschel & Trepte, assim como oficinas de design, como a Wiener Werkstatte e a Vereinigte Werkstatten fur Kunst im Handwerk sedeada em Munique.

Peter Bruckmann foi nomeado presidente da associação, e ao fim de um ano a sociedade tinha cerca de 500 membros.

A partir de 1912 a Werkbund começou a publicar um anuário, que incluía artigos com ilustrações com designs dos seus membros, como as fábricas de Walter Gropius e Peter Behrens e os automóveis de Ernst Naumann.

O anuário continha listas com a morada dos membros e as áreas de especialização, numa tentativa de promover a colaboração entre a arte e a indústria.

A crescente divergência entre o artesanato e a produção industrial alimentava um debate dentro da Werkbund, com alguns membros, como Hermann Muthesius, a defender a estandardização, e outros, como Van de Velde, Gropius e Taut a defender o individualismo. Este conflito, conhecido por “Werkbundstreit”, quase levou ao fim da associação.

Werbund Koeln

A primeira exposição foi realizada em Colónia.

Exposição de Colónia, 1914

Em 1914, o Werkbund promoveu a Exposição de Colónia, onde foram apresentados prédios industriais-modelo, interiores modernos e objectos. Foi construído um teatro para a exposição. Apesar de ter sido interrompida pela guerra, a exposição no bairro de Colónia/Deutz foi um sucesso e deu origem, poucos anos mais tarde, à tradicional Feira (KölnMesse).

A Exposição de Colónia de 1914 marcou também uma ruptura no movimento devido à disputa entre os partidários de um design completamente orientado para o Funcionalismo e aqueles que defendiam a individualidade artística. Após a I Guerra Mundial, o Deutscher Werkbund dividido passou a dedicar-se mais à Arquitectura e ao Urbanismo do que ao Design.

Weissenhof-Siedlung, 1927
Weißenhofsiedlung 1927

Weißenhofsiedlung 1927

A segunda exposição do Werkbund foi realizada em Stuttgart, em 1927.

O Deutscher Werkbund organizou uma «exposição» que hoje é um monumento à arquitectura do século XX. No bairro Weißenhofsiedlung de Stuttgart foram construídos vários prédios e núcleos habitacionais, para demonstar a todo o mundo as virtudes da Arquitectura do Modernismo — criando assim a realidade tangível do Neues Bauen.

Os principais arquitectos fundadores da Arquitectura Modernista, que participaram na realização da Weißenhofsiedlung , foram: Peter Behrens, Victor Bourgeois, Walter Gropius, Ludwig Hilberseimer, Le Corbusier, Mies van der Rohe, J. J. Pieter Oud, Mart Stam, Max Taut.

A Exposição de fotografia e cinema «Film und Foto» (FIFO), 1929

Em 1929 o Deutscher Werkbund organiza a «Film und Foto» (FIFO), Internationale Ausstellung des Deutschen Werkbunds. Film und Foto.

Ligações externas

www.deutscher-werkbund.de

www.weissenhof.de

Werkbundarchiv www.werkbundarchiv-berlin.de

Página actualizada em 2.2011

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