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oficinas da bauhaus (werkstätten)

Após o Vorkurs, o Curso Preliminar obrigatório, os alunos seguiam uma formação de artesãos nas oficinas da escola: marcenaria, escultura em metal, em madeira, tecelagem, tipografia/gráfica, teatro.

Seguindo a concepção de unir a formação artística à formação prática, os trabalhos nas oficinas da Bauhaus, nos primeiros anos da escola, eram coordenados conjuntamente por um «Formmeister» e por um mestre artesão.

A direção artística das oficinas era atribuída aos Formmeister – mestres da forma –, assistidos pelos mestres artesãos.

Em 1919, foram mestres da forma, artistas como o pintor e pedagogo Johannes Itten, o pintor Lyonel Feininger (expressionista) e o escultor Gerhard Marcks; em 1920 o pintor Georg Muche (expressionista), em 1921, Paul Klee, Oskar Schlemmer, em 1922, Wassily Kandinsky.

oficina de tecelagem (werkstatt für weberei )

Tecelagem na Bauhaus

Esta oficina foi frequentada maioritariamente pelas alunas da Bauhaus, dada a dificuldade de acesso aos outros ateliers — um dos aspectos negativos do ensino na Bauhaus.

Inicialmente preparada para ser uma das muitas técnicas têxteis a aprender, a tecelagem só foi aprendida à custa de experimentação, ou então como formação especializada, adquirida fora da Bauhaus.

Nesta oficina reflecte-se o ensino dos Cursos Preliminares leccionados por Kandinsky e Moholy-Nagy.

As tapeçarias evoluem para um design mais abstracto e construtivo.

Pouca gente se interessou inicialmente em formar-se como tecelão pela Bauhaus. Os rapazes consideravam a tecelagem uma tarefa «tipicamente feminina»; as jovens dos anos 20 estavam a começar o processo de emancipação feminina e não queriam estar ligadas a actividades consideradas exclusivas de mulheres.

Deste modo, foi difícil conseguir uma pessoa que cuidasse da oficina de tecelagem. Foi a única mulher que leccionava na Bauhaus, Gunta Stölzl, que estruturou a oficina.

Em 1930, quando Mies Van der Rohe assumiu a direcção da escola, a sua mulher Lili Rajh afastou Gunta. Um ano antes do fecho da escola , Lili instituiu a Moda como matéria obrigatória dentro da oficina de tecelagem.

No início, apenas 22 alunos se interessaram na especialização têxtil, mas depois da Exposição em 1923, com os elogios de Walter Gropius, o número de alunas aumentou para 114.

Os teares eram ocupados principalmente por tecidos para decoração e tapeçaria. A produção de roupa não teve expressão — a produção da Bauhaus estava focada na produção industrial. Os grandes legados do atelier têxtil foram tecidos tecnológicos e as estampas com formas abstractas.

Esta oficina foi uma das mais bem documentadas da escola, já que esta adquiriu os direitos de reprodução dos alunos, apresentando, no inventário de 1925, 183 artigos!

oficina de metal ( metallwerkstatt )

MB

O atelier de metal esteve sob a direcção artística de Itten até 1922 e produziu sobretudo artigos domésticos com formas geométricas básicas.

Em 1923, Moholy-Nagy substitui Itten quando esta apresenta a sua demissão, alterando rapidamente a metodologia anterior. Moholy-Nagy apoiava o uso de novos materiais — como o vidro ou plexiglas — que comprava à indústria, encorajava os estudantes a produzirem combinações de metais originais e a utilizarem os pouco comuns.

Produtos realizados neste atelier: - 1923- candeeiros -1924- duas versões de candeeiros -1924- fruteira de Albers -1924- bule de essência de chá -1924- cinzeiro em latão niquelado

oficina de teatro ( theaterwerkstatt )

No programa pedagógico inicial não estava previsto nenhum atelier de teatro, surgindo este no final de 1921 com o ensino de Lothar Schreyer. A sua ideologia adaptava-se ao espírito da 1ª fase da Bauhaus como é exemplo “O Jogo da Lua”.

No entanto, nesta peça houve uma fraca adesão por parte dos estudantes, desejosos de uma maior representividade dos conceitos de mecanização e estandardização. Oskar Schlemmer dirige o atelier, uns meses após o inicio de Schreyer, tomando posse oficial em 1923. É de destacar o Ballet Triádico na Semana da Bauhaus, em 1923.

oficina de carpintaria / marcenaria ( möbelwerkstatt )

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Em 1921, esta oficina surge com o director da Bauhaus a chefiá-lo no papel de mestre de forma. Gropius já tinha desenhado mobiliário para os seus projectos de arquitectura. Neste atelier cedo se sentiu a necessidade que os seus produtos fossem estandardizados.

Assim, numa fase de construtiva da escola e ainda sentindo as influencias dos movimentos artísticos contemporâneos, surgem os produtos de Marcel Breuer.

Produtos realizados neste atelier: - cadeira e mesa pintadas de Marcel Breuer - cadeira de Marcel Breuer .

oficina de tipografia e publicidade ( werkstatt für typographie und reklame )

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A denominação de oficina de publicidade a substituir o de Tipografia já tinha sido utilizada sob a direcção de Gropius, desde 1927.

Com Meyer, associa-se a este atelier o Departamento de Fotografia e o objectivo básico era o de aumentarem os lucros da escola — através da publicidade dos trabalhos produzidos nas oficinas e das exposições.

Nesta oficina, as actividades vão centralizar-se essencialmente em exposições:
- Stand da Bauhaus na exposição da Werkbund
- Exposição Apartamento Popular da Bauhaus, Dessau

László Moholy-Nagy, Titelseite zu: "Staatliches Bauhaus Weimar 1919-1923", 1923, Buchdruck
Joost Schmidt, Plakat zur Bauhaus- Ausstellung in Weimar, 1923, Farblithographie

Atelier de Escultura

oficina de metal na bauhaus

O atelier de escultura iniciou-se em 1925 em Dessau com o mínimo de actividades — devido à falta de equipamento. Foi neste atelier que se utilizou primeiramente a Fotografia para “explorar a distorção, o reflexo e a rotação em corpos tridimensionais”.

Este aspecto seria mais tarde aplicado no campo do desenho da perspectiva e na produção de materiais publicitários.

Oficina de cerâmica de Max Krehan

Para lecionar na oficina de cerâmica da Bauhaus, Walter Gropius convidou o escultor Gerhard Marcks para ser 'Mestre da Forma'. Marcks era um escultor figurativo e tinha alguma experiência em Cerâmica industrial.

A proposta de se montar uma oficina de cerâmica em Weimar colidiu com dificuldades que inviabilizaram a sua execução, como a questão do espaço e a impossibilidade de se construir um forno.

Em 1920, Gropius entrou em contato com o mestre ceramista Max Krehan, que possuia a sua própria oficina em parceria com o irmão Karl. A Cerâmica Krehan ficava na cidade de Dornburg, a 30 km de Weimar. Gropius convidou-o a leccionar na Bauhaus como 'Mestre do Ofício', porém Krehan não quis mudar-se para Weimar.

Estabeleceu-se um acordo: Krehan receberia o mestre Gerhard Marcks e um grupo de cinco estudantes que aprenderiam o ofício e que também colaborariam na produção comercial durante dois anos. A oficina de cerâmica da Bauhaus foi então estabelecido em Dornburg, nas cavalariças do castelo do Grão-Duque de Sachsen-Weimar.

Em 1923, com a exposição da Bauhaus, a cerâmica foi bem recebida pela crítica. Este facto, juntamente com a divulgação das criações da Bauhaus pelos meios de comunicação e a participação nas feiras industriais como a de Leipzig levaram a uma procura comercial pela produção cerâmica.

A exposição “Die Form” em Stuttgart em 1924 provocou um das encomendas para a oficina de cerâmica, obrigando a expandir e racionalizar a produção. As peças de cerâmica produzidas eram cozidas a baixa temperatura. Usava-se o torno para produzir os modelos ou protótipos, que combinavam módulos agrupados. A esmaltação era básica.

Otto Lindig, que havia integrado a primeira turma na oficina de Krehan em Dornsburg, foi nomeado coordenador do sector técnico da oficina de cerâmica da Bauhaus em 1923. O aspecto das suas peças é solene, quase ritual, mais do que prático ou funcional. Alguns autores atribuem essas formas à influência de Johannes Itten.

A oficina de cerâmica não teve continuidade a partir de 1925, quando a Bauhaus mudou de Weimar para Dessau. Um dos principais factores foi a situação financeira em que a escola se encontrava nesse período, além de questões de espaço e materiais. Isto foi bastante sentido por Lazló Moholy-Nagy, que num artigo define o facto como “duplamente deplorável, uma vez que a oficina de cerâmica representava uma componente vital da Bauhaus no seu todo, por ser este a oficina reconhecida internacionalmente como tendo produzido destacados modelos e que tinha alargado recentemente as suas actividades de forma a incluir a produção de porcelana para além dos artigos de argila.”

Exposição de 1923

Em 1923, é organizada a primeira exposição da Bauhaus, um esforço de promoção das ideias e práticas do instituto junto do grande público. O catálogo foi desenhado por Herbert Bayer.

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