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A dinastia Didot

A dinastia Didot marcou ao longo de cinco gerações de forma indelével a qualidade da tipografia francesa e europeia. Os seus membros mais destacados são, por ordem cronológica:

François Didot (1699—1757)

François Didot, o fundador do clã, nasceu e morreu em Paris. Começa a aprendizagem na loja do livreiro-impressor André Pralard. Admitido no respectivo sindicato como livreiro em 1713, comprou em 1754 a tipografia da viúva Simon. Entre as suas edições sobressai a Histoire générale des Voyages de l’abbé Prévost, em 20 volumes in-quarto.

François-Ambroise Didot (1730—1801)

François-Ambroise Didot, o filho mais velho de François, foi livreiro a partir de 1753, tomou a oficina tipográfica e a imprensa do seu pai em 1757 e começou a pôr em prática várias inovações técnicas importantes:

  1. Os célebres Caractères Didot (~1780), que ele desenhou e mandou gravar por Pierre-Louis Wafflard e pelo seu filho Firmin Didot.
  2. O prelo aperfeiçoado, que aumentou a produtividade dos impressores. Construiu por volta de 1780 uma prensa de um só movimento, substituiu a madeira por ferro, mármore e cobre. Através de uma platina tornou a impressão bastante mais rápida e a pressão mais forte.
  3. O «ponto tipográfico» em 1757, que a partir daí passou a unidade de medida dos tipos; é o sistema hoje usado em toda a Europa. O sistema Didot tem como unidades o cícero e o ponto. Um cícero mede 12 pontos, um ponto mede 4,512 milímetros. (O sistema anglo-americano tem como unidades o pica e o ponto. Um pica equivale a 11,33 pontos do sistema Didot.) Os caractéres passam a ter medidas invariáveis!
  4. Introduziu, a partir de 1780, o papier vélin, que mandou fabricar em Annonay pela Oficina Johannot. Este papel velino já não exibe as linhas de rede das formas dos moldes; substitui o papel avergoado.

François-Ambroise Didot dispunha de uma fundição e de uma fábrica de papel. A sua produção incluiu uma colecção encomendada pelo conde de Artois e uma colecção de clássicos destinos à educação do delfim. François-Ambroise Didot retirou-se dos negócios em 1789.

Firmin Didot (1764—1836)

Firmin Didot

Firmin Didot

Firmin Didot, o segundo filho de François-Ambroise Didot, nasceu em Paris e morreu em Mesnil-sur-l’Estrée. Dirigiu a partir de 1789 a fundição do seu pai, onde aperfeiçoou ainda mais a qualidade dos caracteres, aumentando ao mesmo tempo a sua variedade.

Firmin Didot foi o mais notável tipógrafo da dinastia Didot, responsável por pôr em prática o mencionado sistema de pontos.

De 1783 a 1784 produziu a primeira romana classicista e imprimiu Gerusalemme Liberata, de Tasso. Este tipos já não eram os que usara o seu avô François Didot, mas um tipo novo, a primeira verdadeira «romana classicista», austera, imperial...

Em 1795, Firmin Didot fez os primeiros ensaios com a stéréotypage. Pediu o brevet em 1797 e por isso é considerado um dos inventores da Estereotipia – um processo de clichagem, que permite uma fácil e económica conservação das formas tipográficas; processo aplicado à edição de uma série de autores clássicos, vendida a baixo preço.

Firmin Didot

Firmin Didot.

Em Mesnil-sur-l’Estrée (Eure), a sua fábrica foi completada com a produção mecânica de papel, integrando assim todas as vertentes da cadeia de produção tipográfica. Firmin Didot completou este labor com diversas actividades literárias (estudos, traduções, teatro).

Ávido bibliófilo, possuiu uma biblioteca enorme, dispersa em 1811; além disso foi político, deputado pelo Eure de 1827 até 1836.

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Os tipos Didot - e os seus revivalismos

1806 Les Bucoliques de Virgile
Les Bucoliques de Virgile — Impressão de Firmin Didot em 1806.
   

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