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T I P O G R A F O S . N E T     by FreeFind

Giambattista Bodoni (1740, 1813)

«Rei dos impressores, impressor dos reis». O maior impressor e tipógrafo italiano de sempre foi Bodoni.

As particularidades dos caractéres de Bodoni

Claude Garamond

Nasceu a 16 de Fevereiro de 1740 em Saluzzo, no Piemonte. Aí aprendeu na oficina do pai o ofício de tipógrafo e a arte de gravar tipos.

Com 18 anos partiu para Roma, para completar os estudos. Primeiro gravou punções e vinhetas; de 1758 a 1766 trabalhou como compositor na editora poliglota Propaganda Fide – o que explica o seu interesse precoce por idiomas, letras e culturas estrangeiras.

Estuda línguas orientais na uni­versidade católica La Sapienza, edita publicações exóticas. Em 1762 imprime a sua primeira obra: um missal árabe-copta e um Alfabeto Tibetano, do Padre Giorgi.

Em 1767, Bodoni é chamado a dirigir a imprensa do grão-duque Ferdinando di Parma. Os seus tipos e as suas elegantíssimas impressões garantem-lhe a admiração incondicional dos seus contemporâneos — e dos peritos e apreciadores de hoje.

Em 1771, Bodoni edita a sua primeira obra tipográfica, Fregi e Majuscole, com a qual inicia uma série de ma­nuais técnicos saídos dos seus prelos. E espalha estes manuais por toda a Europa, para fazer eficazmente propaganda à sua Oficina Typografica — presentes para desencadear o for­tissi­mamente volli dos apreciadores de livros de luxo.

Em 1782, Bodoni foi promovido a impressor régio por Carlos III de Espanha. No mesmo ano saiu do prelo o Essai de Charactères Russes, composto quando da visita do czar russo à sua oficina.

A partir de 1790, o grão-duque de Parma permite-lhe a exploração de uma oficina particular. Aqui são levadas ao prelo as magníficas edições dos clássicos gregos, romanos e italianos – uma série começada em 1791 com Horácio – sob a protecção do embaixador espanhol em Roma, Nicolò de Azara. As edições de Bodoni trazem agora o seu nobre selo: Parmæ, Typis Bodonianis.

Em 1808 é impressa a Ilíada em grego, uma sumptuosa edição em três volumes. Dois exempla­res são im­pressos em pergaminho bávaro, um para Napoleão Bonaparte (hoje na Bibliothèque Nationale em Paris) e o outro para Eugénio de Beauharnais.

Nos últimos anos, Bodoni trabalhou por encomenda do rei de Nápoles na edição dos clássicos da literatura fran­ce­sa: Fenelon, Racine, La Fontaine, Boileau.

Bodoni morreu no ano de 1813 em Parma; em 1818, a sua viúva publicou em dois volumes, somando 543 páginas, o Manuale Tipografico, que Bodoni preparara ao longo de 50 anos.

Artigo sobre o Manuale Tipografico

A cuidar da imensa obra e do legado tipográfico ficaram os peritos Giovanni Mardersteig (que fundou em 1923 a Officina Bodoni, em Montagnola, perto de Lugano), Alberto Tallone, Franco Riva, Gino Castiglioni, Alessandro Corubolo e Franco Maria Ricci.

Fontes

As particularidades dos caracteres de Bodoni.

Links

O tipógrafo italiano estabeleceu amizade com o pintor português Vieira o Portuense — o que explica a provenîência da colecção Bodoniana da BN.

A C. Bodoniana Inclui, como o nome sugere, as obras impressas pela tipografia Bodoni, entre 1768 e 1813. Foi quase integralmente comprada a Francisco Vieira e é composta por 327 exemplares.

De registar a existência neste acervo dos dois catálogos de tipos publicados por esta editora. Quase todos os exemplares apresentam encadernações italianas da época, incluindo cartonagens da própria oficina tipográfica Bodoni.

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