Na chancelaria manuelina, esta letra foi usada para escrever
os forais passados às cidades e às vilas de Portugal.
A fonte digital é uma criação
inédita - pela primeira vez a nível mundial
é apresentada um fonte digital da chancelaria manuelina. |
Na fonte digital foram integradas variantes, as ligaduras
mais frequentemente usadas em letras góticas e também
versões ornamentadas de maiúsculas.
Folha de specimens + Artigo sobre o
enquadramento histórico desta letra.
Preço da fonte: 29 Euros. |
Como registo da «reforma» foraleira
lançada pelo rei Venturoso, ficaram preservados em Câmaras
Municipais, Arquivos Distritais, Museus Regionais, Bibliotecas Municipais e na
Torre do Tombo em Lisboa inúmeros pergaminhos com os textos originais
um acervo de elevado interesse histórico e de grande qualidade
artística.
A qualidade gráfica dos pergaminhos que serviram para
redigir cerca de 500 Forais Novos são um pináculo da arte
caligráfica em Portugal.
Se bem que tenham sido publicados numerosos estudos sobre os
conteúdos dos forais emitidos pela chancelaria manuelina, a laudatio da
forma caligráfica ficou por fazer.
Para preencher essa lacuna, o artigo no
Caderno de Tipografia N.
18 analisa várias dezenas de páginas dos códices
manuelinos, e apresenta uma primeira versão digital da caligrafia usada
nos forais: a fonte Letra de Foral.
Nos últimos anos têm-se (re-)publicado os
forais manuelinos de muitas cidades portuguesas.
Mais importante ainda atendendo às
possibilidades de digitalizar a letra caligráfica usada nos forais
é o facto que agora temos digitalizações
acessíveis online. Por exemplo: da Leitura Nova, os Forais Novos
da Estremadura; Livro 5 estão acessíveis em
digitarq.dgarq.gov.pt?ID=4223239. |
Todos os forais outorgados por Manuel I foram escritos no
âmbito da reforma administrativa que se prolongou de 1497 a 1520 e
abrangeu 570 concelhos.
Nos volumes da Leitura Nova (que finalmente,
já estão acessíveis online), mas também nos forais
manuelinos guardados em arquivos municipais detectamos uma padrão de
escrita da chancelaria régia manuelina muito próximo da
Gótica rotunda.
Apesar das diferenças entre as diversas
«mãos» que caligrafaram estes documentos, os escribas
produziram um tipo de escrita de chancelaria relativamente homogéneo nas
cinco centenas de forais (!) que foram emitidos durante os reinados manuelino e
joanino.
Comparando as formas das letras (por vezes mais elegantes e
regulares, por vezes mais toscas e apressadas) dos forais de Ansião,
Évora, Loulé, Albufeira, Silves, Manteigas e outras mais cidades,
produzi uma fonte digital para celebrar esta letra da chancelaria régia
do século xv.
No original do foral de Loulé, pode ser analisado e
fotografado em pormenor os detalhes das letras. Os riscos muito finos que
rematam várias formas de letra são especialmente bem
visíveis nas faces «boas» do pergaminho usado.
Para corresponder ao molde histórico, foram
produzidas variantes de forma, inúmeras ligaduras e duas versões
ornamentadas de maiúsculas. Aproveitando os recursos OpenType, as
variantes estão localizadas nas opções Swash e Stilistic
Alternates.
Esta letra redonda, com maiúsculas marcadamente
largas E C M D J O P Q R S T , parece ter sido de uso geral,
já que ocorre em outros documentos da época manuelina; por
exemplo, na Chronica do Muito Alto e Muito Esclarecido Príncipe D.
Afonso Henriques, Primeiro Rey de Portugal, escrita pelo cronista e diplomata
Duarte Galvão (1435 1517) e oferecida a Manuel I, outro valioso
pergaminho manuelino, com iluminura portuguesa, enriquecido com letras
capitulares iluminadas, decoradas com motivos vegetais, a cores e a ouro.
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