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«elementare typographie» (1925)

Os dez mandamentos tipográficos de 1925, escritos por Jan Tschichold, definiram em síntese os princípios da «nova tipografia» e do design editorial do Funcionalismo. A seguinte tradução é a primeira publicada em português.

O alemão Jan Tschichold, nascido em 1902, é o pai do movimento que marcou o início da mentalidade moderna na tipografia e no design gráfico. O título de seu primeiro livro, die neue typographie (A Nova Tipografia), de 1928, já demonstra o carácter de novidade que o autor atribuía à sua obra. Para ele, era necessário pôr um ponto final nos excessos decorativos do Art Nouveau, e criar uma tipografia funcional, cujo objectivo principal era a clareza.

Elementare Typografie ¬ Sonderheft der Typographischen Mitteilungen 1925

A profunda influência que Jan Tschichold exerceu sobre os seus contemporâneos deve-se em grande parte ao impacto das suas publicações entre 1925 e 1928.

Com uma contundente clareza de argumentação, boa dose de retórica e óptimos exemplos ilustrativos, Tschichold formulou o credo essencial do novo conceito radical de comunicação gráfica.

Em Outubro (mês da revolução!) de 1925, Tschichold publicou na Newsletter Typographische Mitteilungen o manifesto Elementare Typographie, propagando dez regras.

Para salientar o carácter vanguardista das suas teses, Jan Tschichold assinava «Iwan Tschichold», provocando conscientemente a associação à revolução soviética, que tão fortemente agitava os espíritos.

Aqui, em síntese, os seus 10 postulados publicados em «elementare typographie»:


1. A nova tipografia tem cariz funcional (zweckbetont).

2. A função de qualquer tipografia é a comunicação [disponibilizando os meios que lhe são próprios]. A comunicação deve aparecer na forma mais breve, simples e incisiva possível.

3. Para que a tipografia possa ser meio de comunicação social, requer tanto a organização interna da sua matéria-prima [ordenando os conteúdos] como a organização externa [dos distintos meios da tipografia, em jogo uns com os outros].

4. A organização interna é limitada pelos meios elementares da tipografia: letras, números, signos e barras da caixa de tipos ou da máquina de composição. No mundo actual, voltado para o visual, a imagem exacta, a fotografia, também pertence aos meios elementares da tipografia.

A forma elementar da letra é a grotesca ou sem serifa, em todas as suas variantes: fina, medium e negrito; desde a condensada até à expandida. [...] Pode-se fazer uma grande economia usando exclusivamente letras minúsculas, eliminando todas as maiúsculas.

A nossa escrita não perde nada se for articulada só em caixa baixa; pelo contrário: torna-se mais legível, mais fácil de aprender, mais económica. Para que há-de um fonema, por exemplo o «a», ter duas representações – «a» e «A»?

Para que devemos ter disponível o dobro dos caracteres necessários? A melhor solução é: um som = um carácter. [...] A estrutura lógica do texto impresso deve visualizar-se através do uso bem diferenciado dos tamanhos e cortes dos tipos, e sem qualquer consideração por estéticas previamentedefinidas. As áreas livres (não impressas) do papel são elementos de comunicação de importância igual à das partes impressas.

5. A organização externa (a macro-tipografia, diríamos hoje) é a composição feita com os contrastes mais intensos [simultaneidade], logrados através de formas, tamanhos e pesos diferenciados [os quais, logicamente, devem corresponder à importância dos vários elementos do conteúdo] e com a criação de relações/ tensões entre os valores formais positivos [a cor da mancha de texto] e os valores negativos [o papel branco].

6. Um desenho elementar tipográfico consiste na criação da relação lógica e visual entre as letras, as palavras e o texto a serem compostos num layout, com a relação determinada pelas características específicas de cada trabalho.

7. Com o fim de incrementar a incisão e o carácter sensacionalista da neue typographie, podem utilizar-se linhas (barras) de orientação vertical e diagonal, como meios de organização interna.

8. A prática do diagramação elementar (elementare Gestaltung) exclui o uso de qualquer tipo de ornamento. O uso de barras e de outras formas elementares inerentes [quadrados, círculos, triângulos] deve estar convincentemente fundamentado na construção geral. O uso decorativo, pseudo-artístico e especulativo destes elementos não está em consonância com a prática do «desenho elementar».

9. A ordem dos elementos na nova tipografia deverá basear-se no futuro na estandardização do formato dos papéis segundo normas DIN ( Deutsche Industrie Norm). Em particular, o DIN A4 [210 x 297 mm] deveria ser o formato básico para papel de carta e outros impressos comerciais.

10. Quer na tipografia, quer em outros campos, o desenho elementar não é absoluto ou definitivo. Certos elementos variam a partir de novas descobertas, por exemplo, da fotografia; pelo que o conceito de «desenho elementar» mudará necessária e continuamente.

[Traduzido com base na reimpressão do número especial da revista Typografische Mitteilungen do ano de 1925, Newsletter da Associação dos Profissionais Tipógrafos Bildungsverband der Deutschen Buchdrucker, em Leipzig, publicada para os seus associados; reprint oportunamente publicada em 1986 pela inovadora editora H. Schmidt em Mainz.]


elementare typographie

«elementare typographie»

Muitas das ideias que Tschichold fixou nestes artigos já tinham sido formuladas por Moholy-Nagy. Mas nesta nova e audaz articulação — acrescida do peso da autoridade profissional de J.T. — agiram como fermento vivo; foi o mais importante manifesto renovador do desenho gráfico e da tipografia do século XX, com profundas repercussões até hoje.

O autor aprofundou as temáticas três anos mais tarde, na obra mais extensa die neue typographie (a nova tipografia), publicada em 1928 e dirigida a tipógrafos, paginadores, impressores e publicistas.

A seguinte obra importante foi Foto-Auge, um livro de 96 páginas sobre fotógrafos modernos, editado em 1929.

Fototek I, de 1930, foi editado em colaboração com Franz Roh, uma outra série sobre fotógrafos, cujo primeiro número foi dedicado a Moholy-Nagy).

Em 1930, Tschichold publicou outra obra didáctica: Eine Stunde Druckgestaltung (Aula de Composição), com exemplos comparativos entre a composição tradicional e o novo estilo.

Em 1931, Tschichold publicou um livro em formato A5 com alfabetos caligráficos, intitulado Schriftschreiben für Setzer.

Em 1935, saiu do prelo de uma editora suíça nova obra didáctica: Typographische Gestaltung.

  • Depois do ‘tiro de canhão’ que foi o pequeno caderno elementare typographie,
  • Jan Tschichold publicou em 1928 o livro die neue typographie (a nova tipografia), o primeiro manual do desenho tipográfico moderno.
    die neue typographie foi o primeiro livro que Tschichold escreveu e compôs na totalidade; tornou-se o grande manifesto renovador das artes gráficas. die neue typographie, dirigida a tipógrafos, paginadores, impressores e publicistas, tornou-se em apenas um ano a obra de referência para orientar os profissionais sobre os princípios modernos da composição e da tipografia.
Exemplo de um bom layout, segundo Jan Tschichold

Exemplo de um bom layout, segundo JT.

Temas relacionados
Neue Typographie

Biografia de Jan Tschichold

A Escola Bauhaus

Moholy-Nagy

O Werkbund

Bibliografia

Rothenstein, Julian. ABZ Im Bann der Buchstaben Typographische Fundstücke aus der Zeit der elementaren Typographie. 224 Seiten mit 260 farbigen Abbildungen | Format 21 x 29,7 cm Broschur mit runden Ecken Euro 49,80 | sFr. 83,20 ISBN 3-87439-617-7 www.typografie.de/verlagsverzeichnis/typografie

Heitlinger, Paulo. Tipografia: origens, formas e uso das letras. Copyright © 2006 Paulo Heitlinger, ISBN 10 972-576-396-3 , ISBN 13 978-972-576-396-4, Depósito legal 248 958/06. Dinalivro. Lisboa, 2006.

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