O que é que torna um texto legível?A importância das «formas familiares», de padrões já conhecidos ao leitor.A definição mais concisa de «legibilidade de letras» veio do britânico Eric Gill, que afirmou: Na prática, a legibilidade equivale ao que uma pessoa está acostumada. Embora este dogma possa ser interpretado com humor (Eric Gill era um excêntrico inglês com um forte sentido de humor), este lema tem sido confirmado por várias investigações.
As formas com as quais estamos familiarizados, são-nos mais legíveis do que aquelas que não nos são comuns. [Lynne Watts e John Nisbet, Legibility in childrens books: a review of research. Windsor: NFER Publishing Company, Ltd., 1974]. Por isso, é conveniente não fugirmos muito ao já conhecido quando tratamos de maximizar a legibilidade. Características distintivas dos tipos: a shape recognition é essencialExistem algumas características dos tipos que fazem que com alguns se consiga um texto bem mais legível que com outros. Estas características são, essencialmente:
Todos estes parâmetros devem ser objectos de uma escolha consciente por parte do designer/paginador. A legibilidade é melhor nos tipos com fortes características pessoais. Um pequeno teste de comparação convence-nos rápidamente que os tipos serifados têm as mais fortes características pessoais. Vejamos: a fonte Garamond possui características que provocam um rápido e fácil reconhecimento das letras. São particularidades resultantes do profissionalismo do gravador de punções Claude Garamond e de toda a evolução histórica que veio a seguir. Ao fazer-se a Akzidenz-Grotesk (por volta de 1890, autor anónimo), a necessidade sentida em renovar o repertório tipográfico negou voluntariamente esse legado histórico, substituindo-o por uma construção basicamente geométrica de caracteres com traço de grossura quase uniforme, sem contraste. BibliografiaHeitlinger, Paulo. Tipografia: origens, formas e uso das letras. Copyright © 2006 Paulo Heitlinger, ISBN 10 972-576-396-3 , ISBN 13 978-972-576-396-4, Depósito legal 248 958/06. Dinalivro. Lisboa, 2006. |
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