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Raymond Loewy

Homem de negócios, educador, ilustrador, escritor e um dos designers mais famosos e influentes, por muitos erradamente considerado o pai do design industrial. De facto, Loewy foi o campeão do design do Consumismo.

RL
 

Sempre elegante, sempre distinto: Loewy teve um papel essencial na promoção da profissão de designer, mostrando os benefícios da aplicação de um design funcional. Como o próprio afirmou, o bom design dos produtos torna-os maiores sucessos de mercado, reduz os custos de produção, melhora o prestígio dos produtos, aumenta os lucros da empresa, beneficia o cliente e aumenta o emprego.

Nasceu em Paris, em 1893, onde estudou e obteve uma graduação em engenharia. Entre 1914 e 1918, durante a I. Guerra Mundial, esteve ao serviço do Exército Francês.

Em 1919 emigrou para a América, mantendo sempre uma casa em Paris. Nos seus primeiros anos nos Estados Unidos, Loewy trabalhou como designer de montras em lojas como a Macy’s e a Saks Fifth Avenue, e teve também sucesso como ilustrador de moda para revistas como a Vogue e a Harper’s Bazaar.

Loewy começou a sua carreira no design industrial em 1929, quando Gestetner, um fabricante de máquinas de copiar, encarregou-o de melhorar a aparência da sua Mimeograph Machine.

Em três dias Loewy desenhou o exterior que iria revestir os duplicadores de Gestetner durante os 40 anos seguintes. Este foi o primeiro de inúmeros objectos criados por Loewy através do streamlining, isto é através da linha fluida e aerodinâmica, no uso da qual Loewy foi o pioneiro. Foi também neste ano que fundou, em Nova Iorque a Raymond Loewy, William Snaith, Inc.. (mais tarde Raymond Loewy Internacional).

A empresa de Loewy trabalhou para inúmeras empresas públicas e privadas. Foi responsável pelo design de produtos que vão desde carros, navios, aviões, edifícios a objectos do quotidiano como frigoríficos, fogões, escovas de dentes… seguindo sempre a máxima “beauty through function and simplification”.

Em 1930 tornou-se consultor da Hupp Mottor Company, uma empresa de automóveis. Muitos dos carros que Loewy desenhou são hoje considerados clássicos, como o Studebaker Starliner Coupé, de 1953 e o Avanti de 1963. Em 1961, Loewy começou a trabalhar para a Pennsylvania Railroad.

Recorrendo sempre ao streamlining, Loewy desenhou e fez o restyling de várias locomotivas de passageiros e criou o design do interior das carruagens e estações.

Em 1952 fundou a Compagnie de I'Esthetique Industrielle em Paris.

A colaboração entre Raymond Loewy e a Pennsylvania Railroad (PRR) foi um caso de sucesso. A PRR foi durante muitos anos a maior companhia ferroviária dos EUA, proprietária de mais de 16000 Km de linha férrea e empregadora de cerca de 250000 trabalhadores. Diz-se que o seu presidente era mais poderoso que o próprio presidente dos EUA.

Em 1934 a empresa construiu uma locomotiva que viria a tornar-se uma referência mundial, a GG1, uma unidade de tracção eléctrica bi-direccional que serviu de modelo a muitas locomotivas ainda hoje em serviço. Contrariamente ao que se pensa, não foi concebida por Loewy. A intervenção do designer surgiu mais tarde ao sugerir melhoramentos na forma e na construção, como o abandono dos rebites e a utilização de soldaduras.

Em 1937, quando a PRR decidiu construir uma nova locomotiva a vapor, contratou os serviços de Loewy, que desenhou para o efeito uma possante máquina de belas linhas aerodinâmicas. Denominou-se S1 e foi alcunhada The big engine.

Entrou ao serviço em 1939 e foi retirada em 1945. A S1 permanece ainda hoje como um arquétipo do design industrial moderno ao estabelecer padrões que viriam a dominar quase todo o século XX.

A colaboração de Loewy com a PRR veio a produzir ainda a T1, a maior, mais potente e impressionante de todas as locomotivas a vapor da companhia, capaz de atingir os 160 Km/hora com 1000 toneladas de carga - a sua potência era tal que era frequente as rodas patinarem.

A T1 era uma máquina com mais de 6000 cavalos, de construção tecnológica sofisticada e complexa, que foi produzida de 1942 a 1946 - cinquenta exemplares ao todo. A companhia depositou grandes esperanças nesta máquina e chegou a vê-la como o protótipo do futuro dos transportes de alta velocidade em carreiras de longa distância. Mas a realidade foi outra. Problemas de fiabilidade e manutenção comprometeram a sua continuidade e, em 1948, foi retirada do serviço.

Loewy começou sua relação com a empresa Studebaker Corporation de South Bend, Indiana, nos anos 30. Loewy e Associados foi contratada pela Studebaker durante a Grande Depressão. Seus trabalhos primeiro começaram a aparecer nos últimos modelos Studebakers. Studebaker também adotou o logo, em lugar do logo que usavam desde o início do século.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo estabeleceu restrições aos departmentos de design na Ford, General Motors e Chrysler, e tais empresas não trabalharam melhorando ou projetando automóveis civis. Já que a empresa de Loewy era independente da 4ª maior automobilística no país, essas restrições não foram aplicadas. Isto permitiu à Studebaker lançar seu primeiro design de automóvel do pós-guerra em 1947, 2 anos antes da General Motors, Chrysler e Ford.

Desenvolveu um design avançado, com pára-lamas frontais resplendorosos, e linhas traseiras limpas. Também criaram o Studebaker Starlight com um sistema de janelas traseiras que envolvia 180º em volta dos bancos de trás. 1953 Studebaker Commander Starlight coupé 1953 Studebaker Commander Starlight coupé Além do icónico "nariz de bala" Studebakers de 1950 e 1951, a equipe criou a linha Studebaker de 1953, o Starliner e os Starlight coupés, que sempre ficava entre os mais bem-projetados automóveis de dos anos 50 nas listas das revistas Collectible Automobile, Car and Driver e Motor Trend.

Ele também modernizou o logo da Studebaker novamente colocando o elemento “S” para um design mais moderno. Seu último trabalho nos anos 50 para a Studebaker foi a transformação dos coupés Starlight e Starliner na série Studebaker Hawk para o modelo do ano 1956.

RL foi chamado de volta à Studebaker pelo presidente da empresa, Sherwood Egbert, para procjetar o Studebaker Avanti. Na primavera de 1961, Sherwood Egbert, o novo presidente da Studebaker, contratou RL para uma nova linha de carros de passageiros de 1963. Ele concordou em aceitar o trabalho, apesar do curto cronograma de 40 dias, que permitiu produzir um design acabado e um modelo em escala. 1963 Studebaker Avanti 1963 Studebaker Avanti

RL rapidamente recrutou uma equipe de design formada por designers experientes, pelos empregados de Loewy (John Ebstein , e Bob Andrews) e por Tom Kellogg, um jovem estudante da faculdade Art Center. A equipe se reuniu em Palm Springs e ficou numa casa alugada somente para desenvolver o design do novo carro. Cada membro da equipe tinha um papel: Andrews e Kellogg faziam esboços, Ebstein revisava o projeto, e Loewy era o diretor criativo.

Quando o Avanti atingiu o mercado, foi um sucesso. Foi produzido em quantidade limitada ao passar dos anos por uma sucessão de pequenas empresas independentes.

De 1967 a 1973 RL foi consultor da NASA para os assuntos da habitabilidade dos projectos Saturn-Apollo e Skylab, desenhando o interior das naves espaciais. Loewy considera este projecto “o mais importante e gratificante” de todos os que realizou.

Nos anos 70, Loewy vendeu os seus escritórios em Nova Iorque e transferiu a sua base para a Europa, reabrindo a sua firma, a Raymond Loewy Internacional, em Friburgo, na Suíça.

Loewy morreu em Mónaco, em 1986, com 92 anos.

Os carros Studebaker Champion, Commander, Starliner e Avanti, as locomotivas K4s, T1, S1 e GG1 da PRR (Pennsylvania Railroad), o interior das naves espaciais Saturn I, Saturn V e Skylab, o interior do Concorde da Air France, uma linha de frigoríficos, fogões e congeladores para a Frigidaire, os logótipos da Greyhound, dos Serviços Postais dos EUA, da Shubb, da Shell, da BP, da Exxon e da Hoover, o redesign da garrafa da Coca-Cola, a embalagem dos cigarros Lucky Strike, o mimeógrafo de Gestetner são algumas das criações de Loewy.

 
Links

www.raymondloewy.com/

www.raymondloewy.org/

Raymond Loewy: Designs for a Consumer Culture July 3 - September 12, 2007

Heitlinger, Paulo. Tipografia: origens, formas e uso das letras. Copyright © 2006 Paulo Heitlinger, ISBN 10 972-576-396-3 , ISBN 13 978-972-576-396-4, Depósito legal 248 958/06. Dinalivro. Lisboa, 2006.

Página actualizada em 08.07.2007

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