Descrição do livro «Tipografia», de Paulo Heitlinger ................................ sintese: «Tipografia» é a primeira obra abrangente escrita por um especialista português. O livro de Paulo Heitlinger promete ser a obra de referência para todos os que precisam uma visão crítica das peculiaridades formais e funcionais das tipologias tipográficas. Uma obra essencial para quem quer trabalhar conscientemente com letras. ................................ Conjugando três vertentes essenciais – história, teoria, aplicação – os capítulos deste livro mostram as raizes históricas de letras específicas, discutem as noções de estética e as ideologias subjacentes a essas letras, e terminam com propostas ou exemplos de aplicações contemporâneas desses caracteres. Nesta lógica, «Tipografia» dá o necessário relevo à Renascença, período da génese da tipografia, assim como às propostas da Bauhaus e da «Escola Internacional», onde predominou a tipografia suíça dos anos 60. Integra todas as etapas importantes da evolução percorridas nos últimos dois milénios: os padrões romanos e as letras manuscritas medievais, os tipos móveis (Gutenberg), a tipografia profissional (Claude Garamond e colegas), as transicionais britânicas (Caslon e Baskerville), os campeões do Neoclassicismo (Didot, Bodoni e Walbaum), os revivalistas, os heróis da «neue typographie», e os mais importantes do século XX: De Vinne, Rogers, Goudy, Schneidler, Koch, Johnston, Gill, Morison, Bayer, El Lissitzky, Crouwel, Tschichold, Tombly, Licko, Frutiger, Miedinger, Meier, Majoor, Aicher, Hoefler, Spiekermann, G.G. Lange, Brody, Unger, de Groot, Weidemann ...e muitos mais. A organização do livro Este livro foi escrito e estruturado para leitores portugueses e brasileiros, apresentando 23 capítulos que tratam as fases importantes da evolução da letra – tanto na sua forma gravada em pedra, a epigrafia, como na escrita, a caligrafia, ou na sua reprodução industrial – primeiro mecânica, depois fotográfica e finalmente digital –, a tipografia. Para obter uma ordem estritamente cronológica, teria sido necessário colocar todos os temas em sequência linear. Tarefa impossível, porque aconteceram bifurcações, cismas e evoluções simultâneas. O leitor encontrará muitas remissões entre os vários textos, para poder tecer os contextos das evoluções paralelas, que decorrem, ora antagónicas, ora complementares. Os capítulos, agrupados em grandes blocos, podem ser lidos em sequência ou independentemente, proporcionando blocos de conhecimento de mais fácil digestão, módulos com uma média de 12 a 20 páginas. As marginais serviram a partir da Idade Média para inserir anotações ao texto; neste livro, as notas nas margens mostram comentários e observações onde me pareceu oportuno incluí-los. A terminologia usada pelo livro fora está explicada no último capítulo, o glossário. Muitos temas úteis foram omitidos neste livro: regras de bom estilo para a composição de livros, jornais e brochuras, a legibilidade dos caracteres, o processo de selecção e aplicação de fontes usando critérios adequados. O desenho e o layout de livros, revistas e brochuras. Foram omitidos aqui, para integrar uma publicação minha, um «Manual Tipográfico» complementar a este livro, a publicar em breve. O desenho do livro A contrariar regras de composição muito sensatas, que exigem a uniformidade de grelhas, das manchas de texto e da selecção de fontes através de todo um livro, este não se rege por um desenho gráfico homogéneo. Em vez de usar um padrão unificador ao longo de todo o livro, o layout individual de cada capítulo tenta visualizar características do desenho gráfico da época ou do estilo em discussão. Os títulos, subtítulos e o corpo de texto foram compostos com caracteres típicos da época ou da escola em análise (excepções foram feitas para as fontes que só conseguimos decifrar com esforço – as letras fracturadas, por exemplo). Particular atenção foi dada à ilustração dos capítulos e à escolha de imagens, para incluir reproduções de formas históricas e documentos de época (epígrafes, livros, jornais, cartazes, rótulos, etc). O leitor encontrará ao longo do livro dúzias de alfabetos e provas de letra, que vão mostrando – à semelhança dos antigos mostruários de espécimens de caracteres – as letras discutidas no texto. Cada capítulo fecha com uma extensa bibliografia, para permitir aos interessados uma pesquisa mais profunda. O mercado de fontes digitais é ilustrado com perto de uma centena de endereços online dos mais importantes web-sites onde se apresentam, discutem e vendem fontes. Paulo Heitlinger