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A Litografia (1796 - hoje)

Esta técnica de impressão utiliza uma pedra calcária de grão muito fino e baseia-se na repulsão entre a água e as substâncias gordurosas.

"Litografia" é um termo de origem grega, formada por lithos (pedra) e graphein (escrever). O termo foi criado por Mitterer em 1805, em Munique.

A litografia foi inventada pelo checo Aloysius Senefelder (1771-1834)
as
Senefelder 1818 — Litografia de Lorenz Quaglio (1793-1869)

Coube a Alois Senefelder o mérito de ter equacionado e sistematizado os princípios básicos da impressão a partir da pedra. Foi em 1796 em Munique, que Senefelder, autor de teatro de sucesso discutível, na procura de meios de impressão para seus textos e partituras, uma vez que não encontrava entusiasmo por parte dos editores, acabou por inventar um processo químico que permitia uma impressão económica e menos morosa que os procedimentos gráficos da época.

A invenção abriu novos caminhos para a produção artística como significa também um enorme passo na evolução da impressão de caráter comercial.

Esta técnica de impressão utiliza uma pedra calcária de grão muito fino e baseia-se na repulsão entre a água e as substâncias gordurosas.

Ao contrário das outras técnicas da gravura, a Litografia é planográfica, ou seja, o desenho é feito através da gordura aplicada sobre a superfície da matriz, e não através de fendas e sulcos na matriz, como na Xilogravura e na gravura em metal.

pedra litográfica
 
Lito Prelo

Senefelder descreveu a sua descoberta no "Tratado da Litografia" escrito em 1818, e que, em resumo, consiste no seguinte processo:

  • As pedras planas eram desenhadas ou escritas com uma tinta pastosa composta por cera, sabão e negro de fumo, após o que as gravava com uma soluçção nítica.
  • O ácido não atacava as partes escritas, que estavam protegidas pelas tinta, mas somente as zonas a descoberto.
  • Deste modo obtinha um ligeiro alto relevo, que entintava com uma bala, procurando não sujar as zonas não impressoras, após o que procedia à impressão.
Aplicações

A Litografia foi usada extensivamente nos primórdios da imprensa moderna no século XIX para impressão de toda sorte de documentos, rótulos, cartazes, mapas, jornais, dentre outros, além de possibilitar uma nova técnica expressiva para os artistas.

Permite a impressão sobre plástico, madeira, tecido e papel. Este expediente artístico atingiu seu apogeu nas últimas décadas do século XIX. Diversos artistas franceses, como Jules Cheret, Toulouse-Lautrec, Bonnard, entre outros, promoveram uma renovação da litografia a cores, criando excelentes cartazes.

O processo litográfico

A Litografia baseia-se na repulsa recíproca da gordura e da água. Sobre a superfície da pedra preparada desenha-se com instrumentos como tuche, lápis e crayons litográficos à base de gordura.

Depois de feito o desenho, a pedra passa por um tratamento químico, recebendo acidulações com uma combinação de goma arábica com os ácidos nítrico, fosfórico e tânico, em proporções adequadas a cada tipo de desenho. Um desenho mais leve, por exemplo, deverá ser preservado e protegido com goma pura, passando-se a acidulação mais forte nas áreas mais escuras, ou seja, com maior teor de gordura. Este tratamento transforma imediatamente as propriedades da pedra.

Quando se acidula a pedra litográfica, conserva-se as áreas sem desenho, eliminando nestas toda a gordura e preparando a pedra para que retenha mais água do que o faria normalmente. Prepara-se as áreas com imagem (desenhadas com gordura), para que estas repelam a água, mas aceitem a tinta gordurosa que será aplicad com o rolo de entintagem. Este fenómeno físico-químico chama-se adsorpção: a atracção que certas gorduras manifestam ante a pedra granitada.

Através das acidulações, as áreas sem imagem são preenchidas pela goma que se mistura às moléculas da pedra, formando uma fina película que permanece nos poros da pedra. Deste modo formam-se dois tipos de superfície sobre a pedra: a imagem (o desenho feito pelo artista) e o branco (a não-imagem).

Depois de realizadas as acidulações, a pedra estará preparada para imprimir e poderá produzir milhares de exemplares. A litografia é o único sistema de gravura que permite um desenho espontâneo, directo, da capacidade do artista.

As possibilidades expressivas são infinitas: a utilização de lápis litográficos de diferentes teores de gordura e crayons litográficos aproximam-na do desenho; o tuche diluído em água ou solvente pincelado, respingado ou até mesmo esfregado na superfície da pedra poderá relacionar-se à aquarela e o gesto mais ou menos agressivo da pintura. A exploração de aguadas, as relações do positivo/negativo, os carimbos, o xerox, os raspados e as texturas são apenas alguns exemplos desta diversidade de procedimentos e técnicas.

Jules Chéret, Bal du Moulin Rouge, 1889
Jules Chéret, Bal du Moulin Rouge, 1889. Litografia a cores, 124 x 88 cm

Foi a partir do uso da técnica da Litografia, na segunda metade do século XIX, que o cartaz (affiche, poster) passa a ter uma estrutura reconhecível como "peça gráfica de publicidade".

Jules Chéret e Alphonse Mucha, em França, ou J. H. Bufford e Louis Prang, nos Estados Unidos, foram grandes artistas gráficos que se dedicaram especialmente aos cartazes e tiveram um papel decisivo no seu desenvolvimento.

Nessa época também os artistas de renome se dedicaram-se ao cartaz, como, por exemplo, Toulouse-Lautrec.

Temas relacionados

A introdução da Litografia em Portugal e no Brasil

Jules Chéret, o grande mestre do cartaz publicitário

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Bibliografia

Heitlinger, Paulo. Layout, o e-book que ensina a paginar.

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