Tipo
Homepage tipografos.net   Search by FreeFind

» Ínicio

» As nossas fontes digitais

» Workshops

» Cadernos Tipográficos

» Brasil ¦ » Portugal» Espanha

» Designers

» Tipos

» Como fazer fontes

» Directório de fundições

» Boas Práticas

» História da Tipografia

» Livros históricos

» Magazines

» Jornais

» Tecnologias

» Sistemas de Escrita

» Glossário

» Museus, Bibliotecas

E-BOOKS

LAYOUT, o e-book que ensina a paginar
Alfabetos, o e-book que descreve toda a Tipografia e Caligrafia
Tipos e fontes, o e-book que ensina Typeface Design
Design em Portugal documenta os primeiros cem anos: de 1870 a 1970.
Revistas para Clientes, o e-book sobre o Corporate Publishing

Megalitismo, o e-book sobre a Pé-Historia
Romanos na Península Ibérica, o e-book sobre a Cultura Romana

Daciano da Costa (1930—2005)

   «A exiguidade do país e do mercado de trabalho determinaram a diversidade das encomendas e dos papéis que Daciano da Costa foi chamado a desempenhar ao longo dos anos. O eclectismo formal que marca os seus projectos decorre desta circunstância e do imperativo de adequação ao contexto. A multiplicidade de registos é assumida de modo deliberado, programático; a marca de autor, reconhecível para além da dispersão, sublinha a versatilidade e a segurança do desenho.»
João Paulo Martins.

Arquitecto, designer, empresário, pedagogo. Foi considerado o «papa do design português». Um dos seus trabalhos recentes mais conhecidos são os interiores do Centro Cultural de Belém e da Casa da Música.

Daciano da Costa

Daciano Costa foi um dos mais destacados designers portugueses.

O seu mobiliário de escritório tornou-se um clássico contemporâneo.

Criou ambientes nos espaços interiores da Biblioteca Nacional e no «palácio» da Gulbenkian. A sua obra integra arquitectura de interiores, design de mobiliário, industrial, de exposições e gráfico, para além de cenografia e figurinos.

Nascido em 1933 em Lisboa, Daciano Costa frequentou a Escola de Artes Decorativas de António Arroio e a Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa.

Quando concluiu o Curso Superior de Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (1961), Daciano da Costa recebeu o Prémio Constantino Fernandes, da Academia Nacional de Belas-Artes, e o Prémio Escolar Ferreira Chaves, atribuído pela escola aos alunos com classificação máxima.

Com formação em pintura, DC começou a trabalhar no atelier do pintor e arquitecto Frederico George, que era o seu mestre de eleição, também nesta ambivalência que sempre teve entre várias disciplinas. A sua colaboração mostrou-se "fundamental na formação da sua sensibilidade e da metodologia que viria adoptar na abordagem do processo de projecto", contou à agência Lusa o arquitecto João Paulo Martins, que com ele conviveu.

"Tenho atelier desde 59, quando deixei de trabalhar com o Frederico George. Comecei em Belém, no Pavilhão da Independência, no que sobrou da Exposição do Mundo Português, onde havia ateliers de artistas, sobretudo de escultores. Não me afirmo completamente como designer, porque no fundo o que eu tenho feito mais é arquitectura de interiores e design de mobiliário. Não quer dizer que não tenha já feito outras coisas e que não esteja preparado para fazer outras", contou numa entrevista em 1994 ao jornal PÚBLICO.

DC foi fundador da empresa Risco - Projectistas e Consultores de Design, SARL

Dos seus trabalhos destacam-se

  • o projecto de interiores da Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa (1961)
  • a Biblioteca Nacional (1968),
  • Teatro Villaret (1965)
  • o Casino Estoril (1967).
  • os interiores do Hotel Alvor Praia (1968),
  • do Casino Park-Hotel (1972-84), no Funchal,
  • do Centro Cultural de Belém (1992),
  • a renovação de interiores do Coliseu dos Recreios de Lisboa (1994)
  • e dos Paços do Concelho de Lisboa (1998).
Metalúrgica da Longra (1920—1993)

Metalúrgica da Longra foi uma empresa metalúrgica do concelho de Felgueiras que, fundada nos anos 20, enquanto pequena oficina, no lugar da Longra veio a afirmar-se no sector do mobiliário metálico, a nível nacional, acabando por ser extinta em 1995, após um conturbado processo de reestruturação subsidiado por fundos europeus.

Para a Metalúrgica da Longra DC projectou — pela primeira vez em Portugal — um sistema de mobiliário metálico produzido industrialmente.

Em 1961, iniciou uma colaboração com a Metalúrgica da Longra que havia de se prolongar por mais de 30 anos — «uma das experiências mais profícuas de relação da indústria nacional com o design».

Daciano da Costa foi um dos primeiros designers a aplicar uma metodologia projectual de design numa indústria portuguesa, garantindo a sua sobrevivência no mercado.

A firma Longra — que fabricava móveis hospitalares — foi transformada em indústria de móveis para escritório, conseguindo manter intactas as suas componentes humanas, empresariais e de produção, partindo de uma estratégia que mirava na produção para um mercado repleto de necessidades.

As linhas de móveis como a Prestígio (1962), Cortez (1963), Mitnova (1975), Metropólis (1988), Logos (1988) ou a Práxis (1991) desenhadas por DC deixaram a marca de uma colaboração de trinta anos. A linha Prestígio chegou a vender 100.000 exemplares durante vinte anos de produção da mesma.

dc
 
Docente, a partir de 1977

DC fica na história do design português — e também na memória de toda uma geração de alunos que frequentaram o curso de Design por ele criado na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa.

DC ingressou como docente do Departamento de Arquitectura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1977 e nessa escola se manteve após a sua transformação em Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa.

Em 1992, DC iniciou e dirigiu a primeira Licenciatura em Arquitectura de Design, onde leccionou até se jubilar em 2003.

Em 2004 recebeu o título de Doutor Honoris Causa desta faculdade pela sua contribuição da sua obra para o desenvolvimento do Design em Portugal.

Daciano da Costa quis criar um curso de Design na Faculdade de Arquitectura, para formar profissionais do Design orientados por docentes que pudessem dar a pragmática contribuição profissional transformando-a em uma eficaz ação pedagógica.

Daciano da Costa insistia sobre a importância de conhecer o projecto em todas as suas declinações, considerando também que «a produção de objectos vem de uma longa tradição artesanal e se aproxima da própria arquitectura».

cadeiras de Daciano da Costa
 

Em 1992, conseguiu realizar na aldeia da Ajuda um dos seus maiores sonhos: uma escola de design votada à criação de produtos para o povo e ao mesmo tempo direcionada para a formação de um profissional do design comprometido socialmente.

É por isso que os alunos ficaram conhecidos como «os designers da Ajuda»: nesse lugar deviam-se formar profissionais cujo compromisso diário seria aquele de ajudar as pessoas por meio da profissão do designer.

DC foi sócio correspondente da Academia Nacional de Belas-Artes, fundador da Associação Portuguesa de Designers e professor catedrático convidado jubilado da Faculdade de Arquitectura.

Depoiamentos, artigos

Para Rui Afonso, historiador do design, Daciano da Costa é o mais importante designer português do século XX. «O seu trabalho tem uma consciência ética fortíssima e uma noção de empenho social", diz o historiador, acrescentando que Daciano Costa vê o design como veículo de transformação social. «Como professor, Daciano procurou ensinar aos seus alunos que o design existe para mudar o mundo.» (Jornal Público, 19. Out.2005)

Artigo do arquitecto João Paulo Martins, online: www.iade.pt/designist/pdfs/001_06.pdf

Exposições + Publicações

Daciano da Costa, Designer, 2001, na Fundação Calouste Gulbenkian, Galeria de Exposições Temporárias.
Catálogo: Martins, João Paulo (Org.) Daciano da Costa, Designer - Fundação Calouste Gulbenkian, 50,00 €.

Em 1994, Daciano da Costa publicou Croquis de Viagem, com uma selecção dos seus desenhos de leitura do ambiente, realizados ao longo de anos de viagens.

Em 1998, o Centro Português de Design editou Design e Mal-Estar, onde foram reunidos textos de intervenção crítica sobre Design e entrevistas publicadas na imprensa desde 1970.
Daciano da Costa Design e Mal-Estar Porto Editora 13,00 € ISBN: 9729445079. Última Edição: Novembro de 1998. 160 pp.

Costa, Daciano e Souto, Helena (coord.) Frederico George. Ver pelo Desenho. Livros Horizonte/C.M.L., Lisboa, 1993.

Lobo, Theresa Cartazes Publicitários, Colecção da Empreza do Bulhão. Lisboa: Inapa, 2001.

Santos, Rui Afonso. Decoração e Design em Portugal. In História da arte portuguesa. Lisboa: Temas e Debates, 3º vol., 1995.

Souto, Maria Helena (coord.) 100 Anos de Design Português. In O tempo do Design. Anuário 2000. Lisboa: Centro Português de Design, Ano oito, nº 21/22, 2000.

A empresa, hoje

Atelier Daciano Da Costa Arquitectura e Design Lda
Travessa Condessa Rio 1-b, Lisboa
1200-123, Lisboa
Telefone 213469952

.

Topo páginaTopo página

Quer usar este texto em qualquer trabalho jornalístico, universitário ou científico? Escreva um email a Paulo Heitlinger.
copyright by algarvivo.com