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A letra visigótica

Letra usada em inscrições paleocristãs, por exemplo em túmulos.
O Reino Visigótico

Visigodos significa Godos do Ocidente (Westgoten, alemão). Os Godos, povo germânico saído da Escandinávia no século I, constituíram no século III um grande estado na Europa Oriental, entre os rios Don e Danúbio.

A chegada dos Hunos (375), vindos da Ásia Central iria dividi-los definitivamente em dois grupos:

  • Ostrogodos (Godos do Oriente) entre o Don e o Dniepre,
  • e Visigodos (Godos do Ocidente) entre os rios Dniepre e Danúbio.

Com Alarico I (370-410), os Visigodos passaram para a Itália e, dali, com Ataúlfo, para a Hispânia (411).

Domínio sobre a Península Ibérica

Nos princípios do século V (409-411), aproveitando o vácuo de poder gerado pela decadência do Império Romano, os povos germânicos Vândalos e Suevos penetram na Península Ibérica e aí implantam reinos de curta duração.

Até conquistarem o domínio total sobre toda a Península Ibérica, os Visigodos tiveram pois que enfrentar Suevos, Alanos e Vândalos, povos guerreiros germânicos que haviam ocupado a região desde antes de sua chegada.

A unidade do reino teria sido completa já durante o reinado de Leovigildo, mas ficou comprometida pela questão religiosa: os Visigodos professavam o Arianismo e os Hispano-romanos eram Católicos.

O Reino dos Visigodos, apoiado por Teodorico e Eurico, alcançou o apogeu com Leovigildo, cujos filhos, Hermenegildo e Recaredo, abjuraram o Arianismo e converteram-se ao Catolicismo, institucionalizando os Concílios de Toledo.

O filho de Leovigildo, Hermenegildo, chegou a sublevar-se contra o pai, depois de converter-se ao Catolicismo. (A rebelião do filho católico de Leovigildo foi apoiada também por aristocratas arianos.)

Mas a fusão com os Hispano-romanos resolveu-se em 589, ano em que o rei Recaredo I proclamou o Cristianismo religião oficial da Hispânia visigótica.

A conversão de Recaredo, em 589, marca o inícia de uma estreita aliança entre a monarquia visigoda e a Igreja cristã ibérica, desenvolvida marcadamente ao longo do século VII, a qual ganharia uma expressão peculiar em textos de intelectuais eclesiásticos da época, cujo ícone mais famoso é Isidoro de Sevilha.

As lutas internas levaram a que o seu último rei, Rodrigo, fosse derrotado pelos Muçulmanos na batalha de Guadalete (711). Assim, a monarquia visigoda foi destruída pela invasão muçulmana procedente do Norte de África, que substituiria o Reino Visigodo por Al-Andaluz.

Letra visigótica. Museo de San Martín de Salas. A primitiva igreja de estilo asturiano foi construída entre os séculos VIII e IX, sendo reconstruida a 12 de Outubro de 951, pela iniciativa dum presbítero, Adefonsus confessus, según consta en el texto de una de las lápidas. En otra lápida se indica la fecha de reconstrucción: 12 de octubre del 951 d. de C., mientras que una tercera lápida recoge la fecha de la muerte de Adefonsus Confesso, el 27 de julio de 969 d. de C.
Adefonsus Confesso é identificado como Alfonso Froilaz, hijo de Fruela II, quien se levantaría contra Ramiro II en el año 931. Fracasado su intento, sería torturado y castigado con la ceguera y años después, indultado, regresaría a Asturias, donde em 951 reconstruye a Igreja de San Martín en Salas y la de Santa Eulalia del Valle en Carreño. La iglesia é mencionada por primera vez en documento del 26 de junio de 896 por el cual don Gonzalo, hijo de Alfonso III, hace donación a la iglesia de Oviedo de diversas villas e iglesias.

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Scriptorium do Mosteiro de San Martín de Albelda
A letra visigótica

A letra visigótica foi escrita na Península Ibérica cristã a partir do século IV; foi o resultado da evolução local da letra romana.

A Visigótica continuou em uso durante o domínio suevo e visigodo, e ficou na Península Ibérica até aos séculos XII-XIII.

A Visigótica usou-se cursiva e redonda.

A variante cursiva foi preferida para os documentos; a redonda, que integrou elementos do semi-uncial (um modelo de letra romano tardio), aparece sobretudo nos códices (livros manuscritos).

Os principais centros de difusão foram Toledo, o Mosteiro de Santo Domingo de Silos, Leão, e outros.

No emergente reino de Portugal, os scriptoria das sés de Braga e de Coimbra foram no século XI os principais centros onde a Visigótica se escreveu, uso que se prolongou durante o século XII e também alastrou a outros centros, como o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.

Letra visigótica em Portugal
Letra visigótica em Portugal

A Visigótica atingiu a sua forma mais perfeita como caligrafia para livros. O declínio começou no século XI, por razões de intolerância religiosa.

O Sínodo de Leão, realizado no final desse século, teria proibido a Visigótica na escrita de livros litúrgicos, como meio de supressão do rito moçárabe, nessa altura a ser substituído pelo rito romano da Reforma Gregoriana.

Capitular g
Letra capitular G, no códice Emilianense 46 da Real Academia de la Historia, primeiro dicionario enciclopédico da Península Ibérica. terminado de copiar el año 964 en el escritorio de San Millán de la Cogolla
Ocódice Vigilano o Albeldense

Obra capital del escritorio albeldense y de la miniatura riojana es este códice, llamado Vigilano por el nombre de su principal autor Vigila 47.

Contiene las actas de los concilios nacionales, de muchos generales y particulares de otras naciones, decretales pontificias, el Fuero Juzgo, el calendario mozárabe, tratados de cronología y aritmética...

Era ésta una empresa realmente ardua cuya dificultad no escapaba al propio Vigila quien al comienzo del libro nos confía sus vacilaciones y temores al considerar la envergadura de la tarea que se le confiaba, y que al final emprende en nombre de Cristo y lleva hasta el fin.

En las páginas finales del códice se hace mención en verso y se retratan Vigila acompañado de sus principales colaboradores, Sarracino a quien llama compañero (socius) y García, discípulo (discipulus), así como los reyes de Pamplona en cuyo tiempo fue redactada la obra, constando igualmente el nombre del monasterio en el que se realizó San Martín de Albelda y la fecha en que se terminó: 976.

La ilustración de este códice es de extraordinaria riqueza, equiparable únicamente entre los de su época, a la de la serie de los Beatos, tanto por el número de folios miniados, algunos a página entera, como por la calidad de las miniaturas.

Sin embargo los autores que han tratado de la miniatura española altomedieval, quizá deslumbrados por la originalidad de aquéllos, se han limitado a citarlo, señalando su lugar de origen, fecha en que se terminó, artistas que intervinieron en su ejecución, y añaden todo lo más una breve relación de las miniaturas más importantes describiendo someramente su estilo 51. Además mientras los primeros cuentan con varios estudios monográficos de conjunto y sobre alguno de ellos en particular, no existe, en cambio, ninguna monografía sobre este códice.

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Na excelente obra Scribes and Scholars, os autores L.D.Reynolds e N.G.Wilson salientam que a Visigótica teve pouca importância na transmissão dos textos literários, filosóficos e científicos da Antiguidade clássica; esta importante missão ficou reservada para a Carolina, no contexto da renascença cultural impulsionada pelo imperador Carlos Magno.

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A letra visigótica digitalisada

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