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Ikko Tanaka

Artista gráfico japonês. Usando apenas papel, lápis e tesoura na criação dos seus trabalhos, Tanaka conseguia inspirar-se em referências ocidentais e, ao mesmo tempo, manter a tradição milenar do Japão.

Ikko Tanaka (1930 - 2002) nasceu em Nara, estudou em Kyoto, iniciou a sua carreira em Osaka no jornal Osaka Sansei Shimbun. Em 1963 abriu o seu próprio estúdio em Tóquio.

Trabalhou 40 anos no Design gráfico: cartazes, logótipos e identidade visual, catálogos, exposições, apresentações artísticas, calendários e livros.

Ao longo da sua brilhante carreira recebeu mais de 80 prémios. Os seus cartazes estão expostos nos mais importantes museus do mundo, como o Museu de Arte Moderna, Stedelijk de Amsterdão, Museu da Publicidade de Paris e o Museu de Zurique.

Foi presidente do Tokyo Art Directors Club, um dos directores da Japanese Graphic Designers Association (JAGDA), representante do Tokyo Design Space e membro do New York Art Dírectors Club.

Realizou trabalhos em todas as áreas do Design gráfico — layout de revistas, embalagens, tecidos, cartazes e etc. Em alguns cartazes, não emprega ilustrações e utiliza apenas tipografia e cores primárias. Faleceu em 10 de Janeiro de 2002.

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O trabalho de Tanaka destaca-se por se ter mantido fiel às suas tradições. A base para a criação de seu estilo único pode ser encontrada nos anos 60.

Enquanto muitos colegas ficaram fascinados pela cultura norte-americana, Tanaka debruçou-se sobre seu próprio país. É dessa época sua frase: Não faz bem para a gente conhecer tudo sobre Schubert e Stravinsky se não conhecemos nada sobre Chikamatsu e Saikaku.

A herança cultural japonesa é tratada com sensibilidade contemporânea, em movimento, em contínuo diálogo com as influências ocidentais. O designer desenvolveu um estilo pessoal - conciso, agudo, com amplo domínio da cor e da luz.

A ideia é trabalhada até à exaustão, até que se torne cristalina e evidente. Apesar de incorporar a sutileza tão característica do Japão, o trabalho tem penetração universal. Ao mesmo tempo, Tanaka foi revolucionário no tratamento da forma e da tipografia, valorizando igualmente imagem e texto, sempre contundente e comunicativo, porém mantendo a delicadeza.

Um designer japonês tem que conhecer bem os ideogramas chineses (kanji), os alfabetos hiragana e katakana e ainda o alfabeto romano, afirmou. São quatro sistemas diferentes, combinando a milenar escrita vertical com a horizontal, surgida no Japão há menos de um século, por influência ocidental.

A combinação desses elementos é complexa. Ele maneja como poucos essa incrível diversidade de sistemas e foi um dos primeiros a descobrir a beleza dos caracteres japoneses. O uso que faz da imagem é de grande precisão, e a forma de expor a tipografia - retangular ou linearmente, ou com outra característica geométrica, é um traço muito pessoal do seu trabalho.

O que mais chama a atenção em Tanaka, no entanto, é o jeito japonês de tratar elementos formais, incluindo a cor. A fusão oriente-ocidente - a função destas duas culturas - é feita com extrema qualidade gráfica, o que torna esse designer gráfico japonês um caso raro entre os profissionais contemporâneos.

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www.die-neue-sammlung.de/z/muenchen/aus/2001/ita_i.htm

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