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Alumínio — Bauxite

A bauxite (ou bauxita) é a mistura mineral (óxido e hidróxidos de alumínio) usada para a produção de alumínio.

Mesmo sendo o terceiro elemento mais presente na Natureza e representando quase 8% da crosta terrestre, a produção de alumínio ou alumina só é viável, em termos económicos, se for possível contar com grandes volumes e boas concentrações do minério.

A Austrália é o mais importnate produtor de bauxite – 53 milhões de toneladas em 2003. Desta bauxite foram produzidos 16.5 milhões de toneldas de alumina e 1.9 milhões de toneldas de aluminio, em 2003. O que representou 40% da produção mundial, no sector ocidental.

Conclusão: «Australia has emerged as the world’s major alumina producer.»

 
 

São necessárias 4 a 5 toneladas de bauxite para a produção de 2 toneladas de alumina, que geram uma tonelada de alumínio. Mais de 90% da produção mundial de alumina destina-se à fabricação de alumínio.

O que sobra é utilizado pela indústria de papel, do vidro e outras.

Um dos mais nefastos impactos ambientais que o alumínio provoca é a alta quantidade de energia a investir na sua produção. Para produzir uma tonelada do metal são necessários 16.000 kW, sendo que tal energia, na maior parte dos casos, é obtida através da queima de carvão mineral ou de combustíveis fósseis que libertam diversos gases poluentes para a atmosfera, como é sobejamente conhecido.

Outras razões «falam» contra o uso de alumínio. Demora algo como 100 a 500 anos para se degradar na Natureza. Em alguns casos podem ocorrer alergias ao alumínio manifestada através de dermatites (inflamações na pele) e desordens digestivas.

Por causa do alto consumo de energia necessária para transformar bauxite em alumínio, as latas de alumínio – aquelas usadas para embalar CocaCola, Fanta, águas minerais, etc. – têm vindo a diminuir de peso.

O número de latas fabricadas por quilograma de alumínio aumentou cerca de 35% entre 1975 e 1995. Esta redução de peso foi possibilitada pelos desenvolvimentos registados no processo de fabrico (processo de embutimento e estiramento ou «draw-wall-ironing») e as alterações dimensionais, nomeadamente o «neck-in» (que permite usar tampos de diâmetro inferior) e o design do fundo da lata que é responsável em grande parte pela resistência da lata à pressão interna provocada pela bebida gaseificada.

Reciclagem

É interessante salientar que a indústria do alumínio «vergou» à pressão execida por grupos ambientais em vários países da Europa. Não porque adoptasse posições «verdes»; a razão é muito simples: reciclando (ou fazendo recilar), a indústria poupa dinheiro.

A reciclagem das latas de alumínio, além de reduzir o impacto no ambiente dos resíduos da embalagem, conduz a uma enorme redução do consumo energético na produção latas novas a partir de alumínio recuperado.

Quando comparado com o uso de matérias-primas, é necessário apenas 5% da energia! Deste modo, países como a Suécia dispõem de recolhedores de latas de alumíno, que retribuem ao consumidor o depósito de dinheiro que ele teve que fazer ao comprar uma bebida enlatada.

Usando alumínio recuperado reduz-se a poluição decorrente dos processos de extracção da bauxite: como já salentámos, para produzir uma tonelada de alumínio são necessárias 4 a 5 toneladas de bauxite e 17.600 kW de energia.

O valor do alumínio recuperado é muito elevado e por isso a recolha pós-consumo de latas de bebidas é feita já há muito tempo em alguns países da Europa e nos EUA, onde cerca de 60% das latas de bebidas são recicladas.

A triagem do alumínio é feita manualmente ou através de tecnologias como as «correntes de Foucault» ou o recurso a um detector/ejector específico.

As «correntes de Foucault» permitem a separação de embalagens de alumínio como latas mas também de embalagens complexas contendo uma camada de alumínio combinada com cartão e/ou plástico.

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